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O JOGO DE FUTEBOL MAIS BIZARRO DE TODOS OS TEMPOS



Em 1994, um confronto válido pela Copa do Caribe, conseguiu reunir todos os elementos possíveis para entrar para a história como a mais bizarra partida de futebol de todos os tempos e é sobre esta partida que vamos falar neste vídeo.

1994 – ANO DO TETRA

Aquela edição  Copa do Caribe aconteceu no inicio de 1994, ano de Copa do Mundo, ano da Copa do Tetra. Ano que o mundo veria surgir Ronaldo Fenômeno, veria a dupla Romário e Bebeto brilhar nos gramados da América do Norte, veria a primeira final de copa a ser decidida nos pênaltis, após um empate em 0x0.

As seleções caribenhas jamais estiveram perto de ser uma das 24 seleções que disputariam o título nos Estados Unidos, restando para elas disputar apenas torneios entre si, como a Copa do Caribe. Nesta época a FIFA fazia alguns experimentos com novas regras e regulamentos como por exemplo o gol de ouro, que chegou a ser usado nas Copas de 1998 e 2002.

REGULAMENTO

Sob o nome oficial de Shell Caribbean Cup, a sexta edição da Copa do Caribe foi dividida em duas partes, sendo a primeira um torneio classificatório dividido em 6 grupos com 3 ou 4 seleções e a fase final que reuniu o anfitrião Trinidad & Tobago, Martinica, a campeã da edição anterior e as seis seleções provenientes da fase classificatória.

Apenas o primeiro colocado de cada chave se classificaria. Até aí tudo bem, mas a organização decidiu que todas as partidas que terminassem empatadas, seriam decididas em prorrogação com gol de ouro, conforme a FIFA já experimentava. Mas dispostos a inovar, os reguladores decidiram que o gol de ouro valeria por dois e foi justamente este o grande causador da confusão.

REGULAMENTO NA PRÁTCA

Porto Rico, Barbados e Granada formaram o grupo 1. O primeiro jogo aconteceu no dia 23 de janeiro entre Barbados e Porto Rico, com vitória de Porto Rico por 1x0 no tempo normal. A segunda partida da chave foi entre Porto Rico e Granada no dia 25 de janeiro e neste jogo o regulamento entrou em campo: Após um empate em 0x0, Granada marcou o gol da vitória na prorrogação e venceu por 2x0.

O JOGO

O fatídico e decisivo jogo aconteceu pela última rodada no dia 27 de janeiro. Com 3 pontos e saldo de menos 1 gol, Porto Rico já estava eliminado. Barbados chegou ao jogo decisivo com 0 pontos e saldo de menos 1 gol enquanto Granada estava com 3 pontos e saldo de dois gols. Com esta configuração Granada se classificaria para a próxima fase até se perdesse por apenas um gol de diferença enquanto Barbados precisava de dois gols de saldo.

Barbados jogava melhor e chegou a fazer 2x0, placar suficiente pra se classificar. Tudo ocorria dentro da normalidade até os 38 minutos do segundo tempo quando Granada diminuiu o placar e a classificação mudou de lado. Sem muito tempo para reagir, o técnico de Barbados lembrou do regulamento e mandou sua equipe fazer um gol contra a própria meta, empatando o jogo que assim iria para a prorrogação e consequentemente teriam mais tempo para marcar um gol valeria por dois.

Sem disfarçar ou fingir um acaso, um zagueiro Barbadiano cumpriu a ordem marcando o gol de empate para Granada. Quando faltavam 3 minutos para o fim da partida, a seleção de Granada entendeu que não faria diferença perder ou ganhar por 3x2, pois ambos os resultados lhe dariam a classificação, sendo assim tentaram fazer um gol tanto a favor quanto contra. Dispostos e seguir com o empate para a prorrogação, a seleção de Barbados se dividiu em duas e passou a defender a própria meta e a meta do adversário e ninguém entendia o que estava acontecendo. Barbados conseguiu segurar o resultado e na prorrogação anotou o gol que precisava vencendo a partida por 3x2 que graças ao regulamento se tornou um 4x2. Levando Barbados a próxima fase.

 

PÓS JOGO

Barbados chegou a fase final, mas terminou a Copa do Caribe em terceiro do seu grupo que contava com Trinidad e Tobago, que viria a conquistar seu terceiro título.

Apesar do gol contra nitidamente proposital, a FIFA considerou que Barbados apenas jogou da maneira ideal dadas as circunstâncias do regulamento para tentar avançar de fase, portanto não caberia qualquer punição.

Em entrevista coletiva após o jogo, James Clarkson, técnico de Granada, disse o seguinte:

“Eu me sinto enganado. A pessoa que criou essas regras deve ser candidata a um hospício.... O jogo nunca deve ser jogado com tantos jogadores correndo confusos pelo campo. Nossos jogadores nem sabiam em que direção atacar: o nosso gol ou o gol deles. Eu nunca vi isso acontecer antes. No futebol, você deve marcar contra os adversários para vencer, não para eles.”

Para a sequência da competição, os organizadores baniram o regulamento e os empates foram mantidos.

 

REPERCUSSÃO

Na época pouco se falou deste inusitado jogo. Os jornais ingleses The Guardian e The Times até fizeram matéria, mas Barbados versus Granada por muito tempo pareceu apenas uma lenda urbana até ter sua história contada no livro Sport Law, lançado em 2005.

Confira um vídeo com os gols da confusão:




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